quarta-feira, 28 de julho de 2010

A QUARTA PAREDE















No fundo do eu,
espectador do imaginário
e das contradições,
assisto o meu elenco
na passividade de plateia
que sou.

Figurante do que sinto
enceno os dias
na arena de coadjuvantes
que protagonizam
o sonho improvisado desta ficção.

Cômica caixa cênica
em suspensão de descrença
que o auditório não vê,
embora pense que creia.

Parede imaginária
no invisível
deste pedaço de vida
a confundir o elenco.

Palco de invasores sentimentos,
nas coxias intransitáveis da alma,
que não vêm à cena.

Mundo lúdico enredado
na rotunda da emoção.
Quarta parede a impedir o sim
quando a plateia
só enxerga o não.

Paulo Franco