terça-feira, 25 de novembro de 2008

Experimentando a manhã dos galos

... poesias, a poesia é
-é como a boca
dos ventos
na harpa
nuvem
a comer na árvore
vazia que
desfolha a noite
raíz entrando
em orvalhos...
floresta que oculta
quem aparece
como quem fala
desaparece na boca
cigarra que estoura o
crepúsculo
que a contém
o beijo dos rios
aberto nos campos
espalmando em álacres
os pássaros- e é livre
como um rumo
nem desconfiado...

Manoel de Barros

Nenhum comentário: